Nāo e a primeira vez que tu entras no Palácio de Tokyo fundado por Nicolas Bourriaud e Jérôme Sans no décimo sexto bairro de Paris. Pegaste o hábito de y viajar sozinho ou acompanhado a traves de cenografias extraordinárias até a instalações incompreensíveis. E com os pés molhados que deixaras a nova exposição, ainda sob o feitiço deste estranho viajem num lago artificial pouco habitual que te levou em aguas escuras e debaixo um céu preto…
Céleste Boursier-Mougenot nāo esta na sua primeira experimentação. É um convite a viajar nas entranhas psicodélicas que te propunham hoje com sua instalação fora do comum: L’acquaalta. É descalço que instalaste numa pequena barca para começar esta caminhada fantástica…
A volta de ti, nas paredes se torna em céu, se perfilem imagens quase fantasma. Cruzas outros protagonistas que como tu conduzem eles mesmo as suas embarcações na vontade de um vento inexistente. Hipnotizado , identificaste-te quase o Ulysse escutando o som de estanhas quimeras. Mas finalmente nāo es tu que pensas reconhecer entre esses fantasmas que desfilem ?..
Acabas esta travessia fantasmagórica e desembarcas numa ilha para te estender no meio de um desmoronamento de pedras. O teu corpo se estende e o teu espirito viaje. As falanges ainda húmidas, escutas o crepito da agua, o som das remas misturadas a ume musica misteriosa…
Nāo es unicamente espectador mas também actor desse mundo alucinatório imaginado por o artista. Es tu que concede uma significação pessoal a o que os teus sentidos percebem. O espaço e o tempo nāo fazem mais falta, tu esqueces até nāo existir… Tu tornas-te simplesmente em uma das notas da partição realizada de toda peças por Céleste Boursier-Mougenot.